Zur Kurzanzeige

Der Konditionalsatz in Deutscher Gebärdensprache (DGS) und Brasilianischer Gebärdensprache (Libras) - Eine empirische soziolinguistische Studie

dc.contributor.advisorSteinbach, Markus Prof. Dr.
dc.contributor.authorPaulus, Liona
dc.date.accessioned2021-08-05T13:49:46Z
dc.date.available2021-08-11T00:50:07Z
dc.date.issued2021-08-05
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/21.11130/00-1735-0000-0008-58D1-9
dc.identifier.urihttp://dx.doi.org/10.53846/goediss-8763
dc.description.abstractOrações condicionais em Língua de Sinais Alemã (DGS) e Língua Brasileira de Sinais (Libras) - Um estudo sociolinguístico empírico Orações coordenadas, como as interrogativas e as declarativas, são bem pesquisadas em várias línguas de sinais urbanas ocidentais. No entanto, orações subordinadas complexas, como orações relativas e condicionais nas línguas de sinais, estão no estágio inicial de investigação. Como os pesquisadores procuraram sinais manuais como marcadores de subordinação, eles não reconheceram que as características não manuais - sobrancelhas levantadas, movimentos da cabeça e do corpo, piscar de olhos e muito mais - são a principal fonte da subordinação. Os sinais manuais (lexicais) são meramente opcionais. Alguns desses recursos não manuais têm mais de uma função gramatical. Por exemplo, sobrancelhas levantadas podem marcar tópicos, sentenças interrogativas ou condicionais, ou são usadas como um marcador prosódico para limites de sentenças. Para detectar um tipo específico de sentença, é útil observar qual combinação de características não manuais, ao lado dos sinais manuais, aparece (Herrmann & Steinbach 2013, Tang & Lau 2012, Wilbur 2000, Liddell 1986, Baker & Padden 1978). Quanto a investigação das sentenças condicionais na DGS e na Libras, não há estudos com dados empíricos. Assim, o objetivo principal da minha tese foi eliciar e registrar orações condicionais, por meio de um jogo de cartas e a explicação de suas regras por sinalizantes nativos (Dachkovsky, em preparação) no Brasil e na Alemanha. Além disso, descrevi a estrutura das sentenças das orações condicionais em ambas as línguas de sinais e as comparei. Além disso, no nível sociolinguístico, levei em consideração as características cruciais vinculadas às comunidades surdas, como idade, idade de aquisição da língua de sinais, formação escolar, formação profissional e competências bilíngues (Schembri & Lucas 2015). As características sociolinguísticas também foram comparadas entre as duas comunidades surdas, pois ambos os países têm diferentes avanços diacrônicos, políticos e educacionais de sua própria língua de sinais. Os dados de vídeo das duas línguas de sinais foram anotados com o ELAN e avaliados no Excel com o código binário para 0 = não existe, 1 = existe, para a ocorrência de sinais manuais e não manuais. Na DGS, identifiquei 146 orações condicionais (por 17 sinalizantes, dos quais 8 são mulheres e 9 são homens, ø idade 43,3 anos) e na Libras foram 84 orações condicionais (por 18 sinalizantes, dos quais 8 são mulheres e 10 são homens, ø idade 38,2 anos). Meus resultados para DGS demonstram que a construção de uma condicional factual precisa de uma combinação de (i) pelo menos duas características não manuais para o antecedente, como sobrancelhas levantadas (79%) e um movimento da cabeça (88%), e (ii) dois outros sinais não manuais para o consequente, como um movimento de oposição da cabeça (95%) e (iii) um piscar de olhos (66%) na fronteira entre as duas frases. Os sinais manuais para ambas as frases são opcionais, existem quatro sinais manuais para o antecedente, WENN1, WENN2 ('se'), VORSTELL ('imaginar') e ZUM-BEISPIEL ('por exemplo'). Para o consequente, existem dois sinais DANN ('então') e BEDEUT ('significa'). Os sinais manuais ocorreram em 66% dos antecedentes e 32% dos consequentes. Os resultados para Libras mostram que os condicionais factuais precisam, no mínimo, de uma combinação de duas características não manuais, como sobrancelhas levantadas (92%) e um movimento da cabeça (99%) sobre o antecedente e uma cabeça oposta (99%) sobre o consequente. Os dois sinais manuais para o antecedente, SE e POR-EXEMPLO, e dois outros sinais para o consequente, um gesto de palma para cima e SIGNIFICAR, são opcionais, também. Em Libras, os sinais manuais ocorreram em 73% do antecedente e 12% do consequente. Comparando as duas línguas entre si, uma combinação de sinais manuais e não manuais em condicionais é muito comum. Mas nas construções anteriores em Libras, essa combinação é mais proeminente do que em DGS, especialmente para os marcadores não manuais. Já a DGS possui maior utilização de sinalização manual para o consequente. O uso de BEDEUT e SIGNIFICAR no início de um consequente é semelhante. Libras tem um gesto de palma para cima para o consequente, que está em desenvolvimento e pode ser visto no futuro como um lexema gramaticalizado. DGS tem mais variantes para o marcador manual do antecedente do que Libras. O sinal VORSTELL é um sinal para uma condicional contrafactual em DGS e um equivalente em Libras não pôde ser encontrado, talvez apenas o sinal pode sinalizar uma condicional contrafactual, mas isso ainda não foi verificado. Mas uma possível característica não manual com a boca que representa o fonema /tƒ/ de origem portuguesa. No nível sociolinguístico, apresento algumas descobertas. Na característica sociolinguística ‘idade’ com três grupos de idade diferentes (18-29, 30-50, 51-90 anos), pode ser visto que os sinalizantes mais jovens de DGS usaram mais variantes manuais do que os sinalizantes mais velhos. Os sinalizantes mais jovens em Libras tendem a usar mais SE do que os grupos de meia-idade e idosos. No recurso 'aquisição de língua' existem dois grupos, 'pré-lingual' (antes dos 6 anos) e 'póslingual' (após 6 anos). Os sinalizantes pré-linguais em Libras tendem a marcar as condicionais com marcadores não manuais e usam menos sinais manuais em comparação com os sinalizantes pós-linguais. Esta ocorrência é semelhante ao mesmo grupo no DGS. Além disso, os sinalizantes de DGS pré-linguais tendem a produzir mais variação. A formação escolar nos dois países tem grande influência na língua dos sinalizantes, que é a mesma na Alemanha e no Brasil: quem frequentou uma escola de surdos, usa uma versão mais ampla de marcadores manuais e não manuais nas condicionais do que os demais grupos, que frequentaram apenas escolas regulares. Alunos de escolas regulares mostram um maior contato com o idioma português do que seu grupo pendente, o que é expresso por sinais manuais. No grupo com formação profissional diferente (acadêmico/não acadêmico), informantes surdos com formação superior e trabalhos como professor ou instrutor, utilizam mais sinais manuais como SE e WENN1e suas variantes e menos recursos não manuais. Informantes surdos em DGS e Libras, que trabalham como não acadêmicos (p.e. com artesanato), preferem usar mais recursos não manuais do que sinais manuais em orações condicionais, o que é percebido como uma língua mais natural. Para competências bilíngues, a perspectiva é diferente em ambas as línguas de sinais: os sinalizantes de DGS com alta competência em alemão produzem orações condicionais com mais marcadores não manuais e manuais do que o outro grupo com competência mais elementar. Sinalizantes de Libras com alto nível de português usam menos marcadores manuais e não manuais do que seu grupo de controle. Em síntese, ambas as línguas de sinais não relacionadas são tipicamente vistas como “línguas de sinais dominantes não manuais” (Zeshan 2006), porque os marcadores não manuais são fortemente predominantes e os sinais manuais são opcionais. A origem dos sinais manuais está ligada ao contato linguístico das línguas faladas e escritas circundantes, alemão e português. O contato linguístico é transmitido pelos diferentes sistemas de educação especial e política linguística para surdos de ambos os países. O uso de características não manuais semelhantes em ambas as línguas de sinais - como sobrancelhas levantadas e movimentos de cabeça - estão ligados à emoção básica humana universal "surpresa" (Ekman 1979), que agora estão gramaticalizadas (Pfau & Steinbach 2011). Meier (2002) afirma, a esse respeito, que as línguas de sinais possuem menos recursos (anatômicos) para marcadores gramaticais do que as línguas faladas. Essa é a razão pela qual as línguas de sinais parecem mais “uniformes” e são, não surpreendentemente, mais semelhantes entre si.de
dc.language.isodeude
dc.rights.urihttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
dc.subject.ddc100de
dc.titleDer Konditionalsatz in Deutscher Gebärdensprache (DGS) und Brasilianischer Gebärdensprache (Libras) - Eine empirische soziolinguistische Studiede
dc.typedoctoralThesisde
dc.title.translatedConditional clauses in German Sign Language (DGS) and Brazilian Sign Language (Libras) - An empirical sociolinguistic studyde
dc.contributor.refereeHerrmann, Annika Prof. Dr.
dc.date.examination2019-09-13
dc.description.abstractengCoordinated clauses, such as interrogative and declarative clauses, are well researched in various western-urban sign languages. However, complex subordinated clauses, like relative and conditional clauses in sign languages, have just begun to come to the attention of researchers. Researchers have so far mainly identified manual signs as markers for subordination, they did not recognize that the nonmanual features – raised eyebrows, head and body movements, eye blinks and more – are the main indicators for subordination. The manual (lexical) signs are merely optional. Interestingly, most of these nonmanual features fulfil more than one grammatical function. For example, raised brows can mark topic, interrogative or conditional clause, or they are used as prosodic markers for sentence boundaries. In order to detect a specific clause marking function, it is recommended to examine which combination of nonmanual features, next to the manual signs, appear in video data material (Herrmann & Steinbach 2013, Tang & Lau 2012, Wilbur 2000, Liddell 1986, Baker & Padden 1978). For the investigation of conditional clauses in DGS and Libras, there is still a lack of studies with valid empirical data. Hence, the main aim of my thesis is to elicit and record conditional clauses. Elicitation was achieved with the means of a card game and the explanation of its rules by native signers (Dachkovsky, in prep.) in Brazil and Germany. Furthermore, I aim to describe the sentence structure of conditional clauses in both sign languages and compare them. Additionally, on the sociolinguistic level, I take into consideration crucial features linked to Deaf communities, such as age, age of sign language acquisition, school background, professional background and level of bilingualism (Schembri & Lucas 2015). The sociolinguistic features are also compared between both signing communities, because diachronic, political and educational development of the sign languages and the corresponding Deaf communities is different in both countries. Video data of the two sign languages were annotated using ELAN and evaluated in Excel with the binary code for 0 = doesn’t exist, 1 = exists, for the occurrence of manual and nonmanual signs. In DGS, I identified 146 conditional clauses (by 17 signers in total, 8 women and 9 men, ø age 43,3 y) and in Libras 84 conditional clauses (by 18 signers in total, 8 women and 10 men, ø age 38,2 y). My results for DGS demonstrate that the construction of a factual conditional requires a combination of (i) at least two nonmanual features for the antecedent, such as raised eyebrows (79%) and a head movement (88%), and (ii) two other nonmanual signs for the consequent, such as an oppositional head movement (95%), and (iii) an eye blink (66%) at the boundary between both phrases. The manual signs marking the antecedent and the consequent are optional. There are four manual signs for the antecedent in DGS: WENN1, WENN2 (‘if’), VORSTELL (‘imagine’) and ZUM-BEISPIEL (‘for example’). For the consequent, two signs DANN (‘then’) and BEDEUT (‘mean’) were identified. The manual signs occurred in 66% of the antecedents and 32% of the consequents. Results for Libras show that factual conditionals require at minimum a combination of two nonmanual features, such as raised eyebrows (92%) and a head movement (99%) over the antecedent, and an (opposite) head movement (99%) over the consequent. The two manual signs for the antecedent, SE (‘if’) and POR-EXEMPLO (‘for example’), and the two manual signs for the consequent, a palm-up-gesture and SIGNIFICAR (‘mean’), are optional, too. In Libras, the manual signs occurred in 73% of the antecedent and 12% of the consequent. Contrasting both languages shows that a combination of different manual and nonmanual signs in the construction of conditionals is very common. In the antecedent constructions in Libras, this combination is more prominent than in DGS, especially for nonmanual markers. DGS, on the other hand, shows a higher use of manual signs for the consequent. The use of BEDEUT and SIGNIFICAR at the beginning of a consequent is similar in both sign languages. Libras utilizes a palm-up-gesture for the consequent, which is currently undergoing grammaticalization. As a result, this gesture might develop into a grammatical conditional marker. DGS offers more variants for the manual marker of the antecedent than Libras. The sign VORSTELL signifies a counterfactual conditional in DGS and an exact equivalent in Libras couldn’t be found. The sign POR-EXEMPLO can possibly signal a counterfactual conditional, but this has not yet been checked. However, a possible nonmanual feature with similar meaning was identified - a mouth pattern which correspond to the Portuguese phoneme /tƒ/ from the Portuguese language. On a sociolinguistic level, the result of my study also revealed interesting correlations. In the sociolinguistic feature ‘age’, the informants were split in three different age groups (18-29, 30-50, 51-90 y). The data show can be shown that younger signers of DGS have used more manual variants than older signers. Younger signers in Libras tended to use more SE compared to the middle aged and senior groups. In the feature ‘language acquisition’ the informants were split into two groups, ‘prelingual’ (before 6 y) and ‘postlingual’ (after 6 y). Prelingual signers in Libras tend to mark the conditionals mainly with nonmanual markers and fewer manual signs compared to postlingual signers. The same difference between prelingual and postlingual signers has been attested for DGS. Additionally, the prelingual DGS-signers tend to produce more variation. The school background of the Deaf in both countries (Germany and Brazil) has a strong influence on their language: people who have attended a Deaf school use a broader variety of manual and nonmanual markers in conditionals in comparison to those who have attended only mainstream schools. Students from mainstream schools show a greater language contact than their pendant group, which is expressed by the higher usage of manual signs. In the feature dealing with professional backgrounds (academic/craftsmen) Deaf informants with higher education and professions like teacher or instructor, were found to use more manual signs like SE and WENN1 and its variants and fewer nonmanual markers. Deaf informants in DGS and Libras who work as craftsmen prefer to use more nonmanual markers over manual signs in conditional clauses, which is perceived as a more natural way of signing. In terms of bilingual capabilites, both sign languages differ: DGS signers with high German language competence produce conditional clauses with more nonmanual and manual markers than the other group with lower competence. Libras signers with higher Portuguese skills use fewer manual and nonmanual markers than their counterparts with lesser Portuguese competence. In summary, the two non-related sign languages investigated in this PhD-thesis are typically seen as „non-manual dominant sign languages” (Zeshan 2006), because the nonmanual markers are strongly predominant and the manual signs are optional. The origin of the manual signs can be linked to language contact with the surrounding spoken and written languages, German and Portuguese. Language contact is furthered by the different special education systems and language policies for the Deaf in both countries. The use of similar nonmanual features in both sign languages – like raised eyebrows and head movements – are linked to the universal human nonmanual gesture expressing the basic emotion ‘surprise’ (Ekman 1979), which have developed into grammatical markers (Pfau & Steinbach 2011). Meier (2002) claims in this context, that sign languages have lesser (anatomic) resources for grammatical markers than spoken languages. That is the reason why sign languages look more “uniform” and are, unsurprisingly, more similar to each other.de
dc.contributor.coRefereeConiglio, Marco Prof. Dr.
dc.subject.gerGebärdensprachede
dc.subject.gerSyntaxde
dc.subject.gerKonditionalsatzde
dc.subject.gerDeaf Studiesde
dc.subject.gerSoziolinguistikde
dc.subject.engSign Languagesde
dc.subject.engSyntaxde
dc.subject.engConditionalde
dc.subject.engDeaf Studiesde
dc.subject.engSociolinguisticsde
dc.identifier.urnurn:nbn:de:gbv:7-21.11130/00-1735-0000-0008-58D1-9-0
dc.affiliation.institutePhilosophische Fakultätde
dc.subject.gokfullPhilosophie (PPN619942320)de
dc.description.embargoed2021-08-11
dc.identifier.ppn176583774X


Dateien

Thumbnail

Das Dokument erscheint in:

Zur Kurzanzeige